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Os bastidores no processo de design

Descrição da imagem: esboço em tons de cinza de uma linha do tempo de processo de design, somente com retângulos, sem textos.
Uma linha do tempo do processo de design… Como designers, podemos ver mais do que isso.

O design tem estado em alta ultimamente, e com esse ultimamente me refiro, inclusive, ao momento atual de pandemia. Num mundo cada vez mais digitalizado, aplicativado, sistemado, ao menos a minha área, a do design de produtos digitais — seja UX, UI, UXR, UXW e todas essas especializações— tem cavado seu espaço no mercado e na mídia. Ainda são abertas novas vagas, e soluções criadas por designers são propagadas pela imprensa e por páginas especializadas.

Nesse contexto, tenho como premissa que esse crescimento é bastante positivo. Afinal, há décadas que a área busca certo reconhecimento de seu valor ou, ao menos, de seu potencial valor como piloto para que produtos, serviços, instituições e marcas estejam mais de acordo com todos que vivem na nossa sociedade. Isso tanto no sentido micro, da experiência pontual do usuário, quanto no sentido macro, da nossa estrutura econômica, política e social — vide a trajetória atribulada do Brasil em compreender e valorizar o design… mas isso é outra história.

Com o crescimento do design frente ao mercado digital, mesmo que estejamos mais próximos de atuar num nível estratégico nos artefatos em que trabalhamos, algumas práticas têm se acentuado e se homogeneizado. Vejo que o processo de design, antes “vendido” como garantia metodológica e científica no paradigma funcionalista que tomou o século XX e ainda ecoa e estrutura a área academicamente, hoje foi “commoditizado” e transformado em mera caixa de ferramentas.

A iniciativa de estruturarmos o processo para compreendê-lo e, portanto, nos compreendermos enquanto praticantes de design, é fundamental. Mas o que tem ocorrido é que essa “toolbox” ou “toolkit” comporta um aglomerado de buzzwords que nem sempre são totalmente conhecidas ou compreendidas. Em vez da compreensão ampla de um processo, do que precisa acontecer para acontecer design, se entende apenas uma linha do tempo de aplicação de técnicas e ferramentas.

Pelo que percebo, esse entendimento domina até mesmo portfolios de designers muito experientes, numa dinâmica que me parece ser a seguinte: quem contrata designers, muitas vezes, não tem plena ciência de todas as suas funções e de seus processos e, portanto, se apega a alguma lista de técnicas e ferramentas que devem ser conhecidas pelo profissional buscado, geralmente fornecida por um colega designer que dá esse apoio. Designers, em uma busca legítima de mostrar seu conhecimento, se adaptam para mostrar essa amplitude de técnicas. O resultado são portfolios com relatos “mecânicos” do processo: “1. apliquei personas; 2. fiz uma desk research; 3. fizemos um brainstorm; 4. desenhei a solução.”. Junto, imagens de um esboço, da mesa de trabalho, de post-its colados num quadro e, por fim, 10 telas de Macs ou iPhones mostrando o produto final. Ora, qual era o grande problema a ser resolvido com esse projeto? Quando ele começou a fazer sentido? Houve mudanças de ideia? O que essa pessoa designer estava pensando durante o processo? Qual era o problema relatado pelo cliente e quais eram as dores apontadas pelos usuários?…

Perceba que não estou dizendo que não se devem executar essas etapas, ou aplicar tais ferramentas. Mas é apenas que elas não são o mais importante. Um processo de design não é uma checklist de ferramentas e técnicas que a gente simplesmente aplica e, voilá, temos a solução desenhada. O que mais importa é que o projeto sempre envolve seus próprios problemas de projeto, mensagens a serem passadas, necessidades a serem atendidas, diversos atores envolvidos, colaboração, contexto, prazos, restrições, desafios, enfim... Como essa pessoa designer se posiciona frente a tudo isso? Como, porquê e em que momento foi aplicada a técnica X ou Y? E serviu para quê? Qual seu impacto no projeto? Isso é mais importante do que somente aplicar qualquer coisa da moda e mostrar que usou no projeto — inclusive, tais decisões podem mostrar muito mais as competências de projeto do que se usou ou não personas, por exemplo.

Então, a questão é que a commoditização e a estruturação do processo de design em ferramentas e técnicas pode servir para apresentá-lo ou fazê-lo compreensível por quem não é designer, quem está vindo de outras áreas, pois tem ocorrido bastantes migrações para UX Design. Mas é perigoso considerar que é só isso. A ilusão de estar somente aplicando técnicas e achar que se está fazendo design — o que pode ocorrer até com designers experientes — pode ser pior do que não saber fazer design, pois no fim, justamente não se estará resolvendo problemas de projeto e não se estará atuando naquele nível estratégico que mencionei no 3º parágrafo. Pior para o design.

A aparente rigidez do processo de projeto, portanto, não pode ser verificada na realidade de projeto, pois é com conhecimento e competências que se faz design, e não com um punhado de técnicas. Se antes essa rigidez era um verniz científico e hoje tornou-se uma caixa de ferramentas para “virar UX designer num fim de semana”, ela ainda não é um bom parâmetro a se seguir para aprender design. O que realmente vai trazer impacto no trabalho de designers vai estar mais voltado a entender do processo a ponto de adaptá-lo conforme o contexto, a compreender o que realmente pode mudar na vida das pessoas/usuários com o que se está projetando, a saber apresentar, embasar e contar a história das decisões do projeto, a pensar no produto e no negócio, ao pensamento crítico, a ter ciência do seu papel frente a todos os envolvidos num produto/organização e saber trabalhar em colaboração para que as potenciais mudanças trazidas pelo design realmente tragam um impacto cultural positivo.

Para mostrar essas competências, talvez seja necessário descrever projetos de forma um pouco mais transparente e não tão agradável ou “conforme o manual”. Erramos nisso… O prazo era insano e tivemos de pular a etapa X, o que nos fez acelerar essa outra parte e nos baseamos em algo que já estava prontoNão entendemos o problema no início, pois estávamos fixados em um projeto anterior para a mesma empresa… Foi somente quando esse usuário relatou sua experiência que a equipe soube o diferencial do produtoO cliente era complicado, pois não tinha agenda para relatar suas necessidades e exigia soluções já prontas, então fizemos o caminho inverso…

Isso pode parecer estar apenas nos bastidores do processo de design, mas essas competências são centrais para que o processo em si exista. E as técnicas e ferramentas aplicadas… são importantes, sim, mas são consequência.

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