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A bolsa

A própria, em seu estado atual (Carla Oliveira, 2021)

Outro dia reencontrei uma bolsa tipo mochila que tenho. Ela fica pendurada atrás da porta do meu quarto, por falta de lugar melhor. Olhei pra ela, acabada pelo uso e também por ter ficado tanto tempo parada e senti saudade. Lembro do dia em que a comprei, indo contra os meus princípios de usar uma bolsa estilo “saco”, porque nunca se encontra o que precisa no momento da necessidade e vai um tempo vasculhando o fundo da bolsa com a mão. Naquela manhã de domingo, em que eu e minha mãe fomos juntas à feira de artesanato, a bolsa me ganhou pela “segurança”: a combinação de uma cordinha para amarrar escondida sob um fecho em botão.

Eu também me lembro do dia em que ela ficou retida no raio X no embarque do vôo Miami-Nova Iorque e o meu coração gelou enquanto eu imaginava que alguém pudesse ter “plantado” algo indevido na minha bolsa. Até que descobri, com muito alívio, que o motivo foi uma caixinha de suco que peguei no vôo anterior e guardei na bolsa para mais tarde. A caixinha ficou e a bolsa seguiu comigo. Em Nova Iorque, em uma das muitas revistas para entrar em um museu, sua estampa de folhas coloridas chamou a atenção e arrancou um elogio em outro idioma: “Sua bolsa é muito bonita!” Eu ri por fora, agradecendo, e ri por dentro, pensando comigo “É lá da Feirinha Hippie de BH”.

Em mais dias do que sou capaz de lembrar ela deixou pra trás os tempos de solteirice e carregou fralda, lenço umedecido, trocador, pomada e muda de roupa, pequeninas meias e sapatos diminutos. Virou bolsa de mãe e me serviu fielmente fornecendo todos os itens básicos quando demandados — o fato de ser uma bolsa estilo “saco” acabou não gerando nenhum problema. Cada objeto tinha seu lugar definido e eles não se misturavam.

Hoje ela está em um estado suspenso de existência e eu sinto saudades dos nossos dias juntas. Dias aventureiros fora de casa em que a maior preocupação era não ter deixado nada pra trás. Eu sinto que ainda não é o fim para a minha bolsa, ainda não é chegado o tempo da aposentadoria. E, por isso, ainda não é chegado o momento dos agradecimentos finais. Continuo mantendo a expectativa de ela voltar à ativa, de nós voltarmos à ativa, saindo desse local escondido atrás da porta, remendando o que se desgastou, sacudindo a poeira da monotonia e indo de encontro ao mundo mais uma vez.

Texto resgatado e aprimorado como parte de um dos desafios do Clube de Escrita com Ana Holanda.

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